terça-feira, setembro 26, 2006

Por que Vol.I

Eu e a Tati conversamos muito e pesquisamos bastante sobre imigração antes de nos decidirmos. Há uns quatro anos procuramos o Consulado Alemão para conhecermos os programas de cooperação entre o Brasil e a Alemanha. Existe uma série de facilidades para quem quer estudar ou mesmo mudar de vez para lá. O governo na verdade paga para que você vá para lá. Eles te dão bolsa de estudos e salário, sem necessidade de reembolso. Com a referência de a Tati já ter morado lá e termos pessoas para se responsabilizar por nós tudo ficaria ainda mais fácil, mas... precisa falar alemão. Fluentemente. Quem imaginaria que vc precisa falar alemão pra morar na Alemanha... Esse é um dos maiores problemas para quem tem vontade de ir para lá; o outro é a fama do alemão no trato com estrangeiros. Mas, como toda a Europa desenvolvida, eles sofrem com natalidade baixa e a imgração é uma forma de contornar isso, como no Canadá. A diferença está no emprego, pois o imigrante não consegue muito apoio para entrar no "German Way of Life"... = P

Bom, como eu ia levar uns vinte anos para aprender alemão, a gente desistiu dessa empreitada. Mas o que eu queria falar é que essa foi a única iniciativa para sairmos do Brasil anteriormente. Minha idéia de morar fora sempre teve prazo, não tinha a menor vontade de deixar tudo pra trás. Desde o início ficou claro que eu não ia abandonar a minha vida aqui por mais do que uns dois ou tres anos, no máximo o tempo de um mestrado. Só que essa história está mudando com a imigração pro Canadá.

A idéia de ser um eterno estrangeiro assusta, mas acho que eu tô precisando dessa sacudida mesmo, de dar uma olhada no mundo e ver se o meu país é mesmo tudo isso que eu acho que ele é. No bom e no mau sentido. E também porque acho que a minha época de fazer essas aventuras está passando e o relógio biológico da Tati já está tocando... Estamos com 32 anos, até conseguirmos ir mesmo ao Canadá, quem sabe estaremos com 34. Estamos já na fase de procurarmos o nosso lugar e aí acho que vai ser definitivo...

Bom, vamos ter que pagar pra ver.

sexta-feira, julho 28, 2006

Eu Voltei... agora pra ficar...

Bom, depois de uma breve pausa, tou de volta.

Esses meses passados não foram moleza... Quem mandou voltar a estudar.

Mas então. Aqui falamos de Canadá e do processo, que está mais ancorado que nunca. Na verdade, nem saiu do porto ainda. Estou devendo uma visita lá na UFRJ para ver a papelada que terei que providenciar para ter o meu diploma, e falta tb... o passaporte. Pois é. Vou viajar em dezembro e ainda nem tenho passaporte. Prova cabal de que eu não sou a pessoa organizada que eu gostaria de ser (as vezes, né Tati!?), mas ao menos tenho ciência dessa minha desvirtude e eventualmente mando brasa nas pendências (as vezes, né Tati!?).

Acompanhando as últimas entrevistas, acho até que foi bom a gente ter esperado um pouco, pois as coisas andaram meio tumultuadas, e parecem que estão entrando nos eixos novamente. Assim espero estar dando entrada na papelada em um ou dois meses e, com sorte, fazemos a entrevista ainda esse ano. É claro que essa conta não vai fechar, mas a gente tem que manter o otimismo, afinal precisamos de uma banana lá na frente pra poder ir pedalando a bicileta...

Então estou de volta, e se a PUC permitir, com participações um pouquinho mais frequentes.

quarta-feira, maio 24, 2006

Saindo do assunto.

Por mais que eu queira manter o foco do blog, é impossível deixar de comentar o momento atual desse país. Lugar que me pariu e me criou, e que por isso posso dizer que é bom pra mim, pois afora um ou outro contratempo posso dizer que sou um bom cidadão e acima de tudo, brasileiríssimo.

Mas são tantas as decepções, as afrontas, as violências a que somos impingidos, que fico imaginando se realmente haverá um basta, ou se o mundo acabou mesmo, estamos aqui em uma realidade residual.

Muito se fala da ineficiência da nossa polícia. Com o bizarro episódio do PCC em SP mais um exemplo de despreparo e desmoralização da PM e da Polícia Cívil foi mostrado para todo o mundo. Mas hoje temos prova - mais uma - de que os bandidos desse país não estão protegidos da cadeia pela incompetência da polícia. Estão todos soltos pela extrema competência da justiça.

A Polícia Federal tem trabalhado com eficiência na investigação das mazelas cometidas pelos governantes e seus associados, para apurar e prender os envolvidos no saque dos cofres públicos. Nesse mês foram quase quarenta prisões da operação chamada de Sanguessuga, que superfaturava ambulâncias pelo país afora. Pois bem, cerca de dez meses de investigação e 100 milhões de reais afanados do povo, a justiça manda soltar todos os ladrões dez dias depois de presos. Dois ex-deputados estavam na lista dos enjaulados. Ex porque já não tinham mais o mandato por outras safadezas acumuladas na folha corrida invejavel que têm.
10 meses de investigação. 100 milhões roubados. 10 dias de cadeia. Uma média de 10 milhões por dia de cana, 250.000 pra cada.
Quem pode dizer que o crime não compensa?

A justiça autorizou as escutas que ajudaram a prender essas pessoas. Depois se arrependeu e mandou soltar todo mundo.

Quando a polícia não funciona, a culpa é dela. Mas quando ela faz o trabalho corretamente, percebe-se alguma diferença?

Desculpe o desabafo, mas do jeito que andam as coisas, nem prometo que será o último.

quinta-feira, maio 04, 2006

Os amigos que não conheço.

Quando a gente tomou a decisão de entrar no processo de imigração, a primeira atitude foi pesquisar. Tudo o que tivesse relação com o Quebec a gente procurava e lia. Com isso, eu que nunca fui de colecionar links, criei a maior lista de bookmarks sobre um único assunto que eu já tinha visto. Links para os consulados do Canadá no Rio e em SP, o do Brasil no Canadá, para todas as páginas importantes do site do Quebec em Buenos Aires, para sites de empregos e de universidades e, claro, muitos e muitos blogs.

Meus Bookmarks estão recheados de links para meus blogs obrigatórios: Luis e Tati, Wal, Paulo e Mel, Elyene, Flavia e muuuitos outros, que aos poucos vou listar aqui, na tradicional barra de links que todo blog que se preze tem que ter. Esses que listei são os meus preferidos e não trazem necessariamente informações sobre o processo de imigração. Mas fui lendo e aprendendo tanta coisa, que criei uma ligação meio intima com essas pessoas que eu nem conheço. Considero muito nobre da parte deles dedicar-se periodicamente a essa tarefa, sem saber quem estará se alimentando dessas experiências. E percebo que eles nem sabem a importância que têm.

Do que já aprendi sobre o Canadá e suas províncias, pouco posso creditar aos sites oficiais. Eles são importantes, mas a informação que lá está precisa sempre ser referendada por uma das minhas fontes blogueiras.

Nessa atividade de voyeur cibernético, acabei achando coisas que todo mundo deveria ler, porque são simplesmente ótimas. A Flávia, do Crônicas do Iglu, poderia ganhar a vida como escritora se não tivesse uma bem sucedida carreira . Mas sem querer, ela ensina como é o sistema de saúde, com uma opinião de quem está dentro dele e não tem o compromisso de vender o Shangrilá canadense. Agora então que está grávida, o humor que normalmente já é inteligente ficou mais ferino. Pode sair livro dali.

O que dizer então de blogs como o do Luis e da Tati, que tem uma organização e detalhamento incomparáveis? É um guia para qualquer candidato ao processo do Quebec. Foi ele quem me apresentou Sherbrooke, cidade que estou cogitando como primeira moradia em solo canadense. e foi ainda como conheci a Elyene, a Wal e o Paulo, cujos blogs lí de ponta a ponta, de tão preciosos. E tantos outros brasileiros que já passaram pela experiência de mudar de país e se dispõem a contar a história para nós.

Esse post é uma homenagem aos meus conselheiros de plantão. Sempre que preciso de respostas, sei que posso contar com eles.

Tb não conheço nenhum deles pessoalmente, mas chamo todos pelo nome, como se fôssemos amigos de longa data. Quem sabe um dia!

Contatos Imediatos.

Uma das primeiras características que um candidato a imigração deve ter é a curiosidade. Se vc não é curioso, perdão, mas vai sofrer um bocado quando chegar no Canadá.
Ora, se vc chegou a conclusão que quer mudar de país, qualquer que seja a sua posição política, religiosa, social ou ideológica, vc tomou uma decisão de mudar de vida, e isso quer dizer que vc vai nascer de novo. Vc se sentirá novamente como um neném: estará em um lugar em que não reconhece ninguém, não entende direito o que as pessoas falam e não sabe como fazer as coisas mais corriqueiras, como ir a um mercado comprar o almoço. Então nada como uma boa cara-de-pau para perguntar a quem sabe e descobrir como as coisas funcionam, de preferência antes de ir para o aeroporto.

Bom, mas e se vc não conhece ninguém para te responder sobre o tipo de meia que você precisará para calçar as botinas de inverno? É aí é que entra a cara de pau.

Estou descobrindo isso nas minhas pesquisas. Essa é uma habilidade que o curioso-candidato-a -imigração com cara-de-pau e perguntas básicas de sobrevivência deve possuir. Tudo o que descubro com relação ao Quebec, ou mesmo ao Canadá em geral, é sucedido de uma consulta aos meus Bookmarks ou a São Google, padroeiro dos curiosos. A internet será a sua melhor amiga durante boa parte do processo, desde o acompanhamento online para os seu processo ao menor detalhe que vc puder imaginar, como saber se existem farmácias 24h durante o inverno (aposto que vc nunca pensou nisso...)? E vou te dizer: o inverno é de verdade; será que eles entregam em casa?

Por isso, faça contatos. Será uma aventura de descobrimento e aprendizado sem igual. No dia da entrevista, vc vai estar tinindo de informações sobre a sua vida profissional e as mil possibilidades que terá quando desembarcar em solo canadense. Vc poderá já ter a sua caderneta de telefones de emergência, para poder pedir socorro em português, quando descobrir que aquelas trocentas horas de inglês e/ou francês desapareceram... existem Brasileiros prontos para te dar todo o apoio por lá. Quer um exemplo? Meu Cantinho: é leitura obrigatória, para citar só um.

Da decisão de imigrar até o carimbo do passaporte tem muita lição de casa para fazer. Toda a informação que você puder absorver será bem vinda, por isso não descuide. Eu tenho uma lista de coisas para pesquisar, e cada vez que eu fico mais de meia hora na internet, a lista aumenta. Por isso, agora faço pesquisas por temas: hoje vou ver sobre mercado de trabalho, ou sobre opções de cidade para morar, lugares onde aprender francês, cursos de capacitação ou de especialização na minha área. Isso direciona o trabalho e cria uma meta a ser cumprida.

No fim das contas acho que essa é uma das partes divertidas do processo. Vou sentir saudades desse tempo, em que todas as possibilidades estão aí, para você descobrir.

Bom trabalho!
Emanuel.

Em tempo: Sobre as farmácias: ainda estou esperando uma resposta. Até prova em contrário, no Quebec não tem motoboy.
Nem vc vai conseguir comprar Valium ou Viagra pelo telefone...

E quanto as botinas, compre sempre um número maior do que o seu...

sábado, abril 29, 2006

Aulas de Francês

Primeiro passo em direção ao Norte, nosso norte.
Ontem fomos a casa da Beatriz, que espero se torne nossa melhor amiga nos próximos meses.

Ela foi a louca contatrada para o impossível: Precisamos falar francês ainda esse ano. Tá certo que um monte de gente disse que francês é melhor de aprender do que inglês, mas eu tb nunca gostei de inglês...

Teremos aulas duas vezes por semana. Acho que será uma overdose da língua, que segundo ela, é viciante. Faz sentido.

Bom, mas vamos a informações práticas. Na busca por aprender francês, chegamos a duas possibilidades: aprender em um curso e depois direcionar os estudos com uma prof particular ou cair direto em aulas particulares.

Na primeira alternativa existem poucas opções. A mais conhecida é a Aliança Francesa, que inclusive está com um curso dirigido às pessoas que vão passar pelo processo de imigração. O problema é o preço, comparado a carga horária. Com a mensalidade que eles cobram a gente se muda pra casa da nossa professora, com casa, comida e roupa lavada! ; )

Então, depois de muito conversar e fazer contas, começamos oficialmente - para nós - nossa Operação Quebecoatiara.

segunda-feira, abril 17, 2006

A Viagem antes da Mudança

Eu e Tati casamos, dois anos atrás.

Foi uma festa maravilhosa, muito melhor do que eu poderia ter imaginado. Aliás, eu nunca tinha imaginado uma festa de casamento. Isso foi tarefa para ela durante os sete anos que namoramos antes do grande dia. (Acredito que durante os 24 anos anteriores ao namoro também...) ; )

Bom, mas junto com as despesas do casamento, que não foram poucas, tivemos as despesas com a reforma da casa e com aquele milhão de coisas que você nunca imaginou que tivesse que comprar e que custam mais do que você esperava gastar. Como só é possível gastar o que se tem, a árvore que dá dinheiro lá perto casa adiantou o outono e ficou completamente sem folhas... Assim, nossa lua de mel foi curta - maravilhosa, mas curta - e não pudemos fazer a viagem que gostaríamos. Adiamos para dalí a uns dois anos, tempo para nos recuperarmos e planejarmos tudo. Vamos ver se você está prestando atenção: quando eu disse que casamos?

Pois é, estamos cumprindo o plano, a viagem está saindo do papel esse ano e lá para dezembro estaremos embarcando para a verdadeira lua de mel, como sempre sonhamos.
Eis que surge o processo de imigração. E as dúvidas:
- A viagem está no meio do caminho da imigração, porque nós não queremos deixar para aplicar somente quando voltarmos de lá, já que isso vai adiar em mais um ano todo o processo;
- Os gastos com a viagem, agora, podem fazer falta depois, porque aquela árvore que eu falei ainda tá se recuperando da colheita desses anos e o clima brasileiro não tá ajudando...

Isso nos deixou numa encruzilhada: fazemos a viagem como sonhamos ou gardamos o dinhiro para nossa chegada no Canadá?

Decidimos, pelo menos até agora, em não alterar nossos planos para esse ano, até porque não temos nada concreto ainda. Depois, essa viagem pode servir como um estágio, já que vai ser a primeira vez que terei contato com as temperaturas abaixo de zero.

Então pode ser uma boa oportunidade de experimentarmos a vida no frio, baseando ainda mais a nossa decisão. Não que eu ache que esse vai ser um problema maior quando estivermos em Quebec (já estou lá, percebeu?), mas é um bom pretexto para manter os planos de pé, né não?

Abraços,
Manu.

quarta-feira, abril 12, 2006

Chega o momento na vida de um homem...

"É preciso saber viver"
Por mais dúvidas que eu possa ter, argumentos que defendam a posição de manter a base achando que dias melhores virão estão cada vez mais raros...
E com base nesse espírito começo a pensar que o melhor pode ser mesmo arrumar as trouchas e pegar um Ita pro Norte. Pro extremo Norte. Essa é a idéia do ano. Seria a viagem para a Alemanha, que planejamos há tanto tempo, mas de semanas pra cá esse assunto perdeu o lugar nas manchetes... da mesa do café da manhã. Estamos realmente nos decidindo pela imigração, e esse será o assunto do blog. Portanto, se essa publicação chegar ao final do ano é porque realmente estaremos nos afastando de tudo o que conhecemos e vamos começar de novo em outro lugar.
Essa idéia, longe de parecer assustadora, é instigante. Assustadora é a possibilidade de não poder fazer isso se quizermos, ou seja, é a possibilidade de sermos recusados pelo processo.
Existem regras e pontuações para ser aprovado pelo processo de imigração, relacionados ao conhecimento do idioma, a formação acadêmica, experiência profissional. Um monte de variáveis. Mas eu não sei o que fiz na vida e o que estudei? Claro que sei. Mas sei disso com base nos padrões daqui, não dos de lá. E é aí que a coisa fica obscura. Pois um diploma de graduação aqui pode simplesmente não valer absolutamente nada lá, ou, comparando com a grade de lá, só vale metade. Então voltaremos à escola.

Sabe que eu tô gostando dessa idéia?

quinta-feira, abril 06, 2006

Oh, Dúvidas...

No início sempre é uma euforia, afinal não começamos um projeto achando que os obstáculos podem ser intransponíveis.
Acontece que tenho pesquisado quilometros de coisas sobre imigração, mais precisamente para Québec - Canadá. E estamos, eu e a Tati, pensando em entrar nesse trem. ela sempre quis morar fora, aliás já morou, mas eu confesso que nunca tive essa pretenção. Mas isso é assunto para um próximo post.
O que estou enfrentando agora é o medo de ter perdido o bonde. Explico:
Tenho visto muitos casais se aventurando no processo de imigração, cheios de sonhos e de esperanças de poder construir uma vida melhor, tanto para eles quanto para os eventuais herdeiros, mas não sei se tenho mais idade para isso. Afinal de certa forma tenho minha vida aqui no brasil - casa, carro, cachorros e trabalho - com moderada estabilidade. Obviamente não estou satisfeito (se estou pensando em ir para outro país...), mas o caso é que não sei se tenho tempo ainda para reconstruir a vida e chegar em um outro lugar e voltar para a universidade e esperar mais alguns anos para poder começar a planejar as coisas que eu queria fazer hoje se tivesse tempo e dinheiro.

Enfim, crise da meia idade...

sexta-feira, março 31, 2006

Uma nova vida...

Pois é. O que antes achava ser coisa de nerd, cá estou.

Ou virei nerd, como queiram.

Mas passei os últimos dias navegando por blogs atrás de umas informações (que meu chefe nunca saiba disso), e achei tanta coisa importante que agora me vi com uma dívida a pagar...

Então, como não tenho intimidade com esse mundo bloggueiro, esse ficará ainda virtualmente escondido, até que eu arrume algo realmente interessante para dizer...

E seja bem vindo.