sábado, abril 28, 2007

A Entrevista!

Fizemos nossa entrevista no dia 25 de abril, quarta feira passada, mas só hoje eu consegui terminar esse post e colocar aqui, antes que a noticia fique velha. Depois certamente vou incrementar as informações.

Foi meio diferente do que a gente imaginava, porque as coisas aconteceram numa velocidade tão impressionante que até me decepcionei um pouco, já que os preparativos foram uma verdadeira operação de guerra e a batalha nem foi lá essas coisas. Mas isso também pode ser sinal de que estávamos muito bem preparados!

Fomos pra Sampa de carro, porque essa onda de apagões aéreos e greves de controladores tira todo o charme da viagem de avião. E se nos atrasássemos para a entrevista, babau. Também porque ir de carro significava mais da metade do gasto com avião (carro a GNV, uma das grandes saudades que terei do Brasil). Então saímos daqui umas 16h00min da terça feira e chegamos no hotel antes das 22:00h. Ficamos pertinho do local da entrevista, pra não dar zebra e pra não temos que andar demais, senão a chaleira aqui ia emagrecer uns dois quilos só no caminho. Foi a melhor coisa que fizemos. Acordamos cedo, demos uma última olhada na documentação e na papelada, tomamos um enorme café da manhã e relaxamos um pouco, antes de nos arrumarmos para o nosso encontro com o M. Leblanc.

É claro que a ansiedade era gigante e não conseguimos fica muito tempo relaxando. Quinze minutos antes das 10 já estávamos nos arrumando e descendo com a bagagem para o carro, pois fizemos o check-out no hotel antes de irmos pra entrevista, evitando o pagamento de mais uma diária. 11h15min já estávamos no Hotel Crowne Plaza, uns 200 metros distante de nosso hotel, o San Gabriel. Informamos-nos na recepção e fomos orientados a aguardar no lobby do hotel até quando faltassem 5 minutos para a entrevista. Assim fizemos. Sentamos-nos por ali e conversamos um pouco sobre o momento, nos concentramos e subimos quando faltavam ainda uns 15 minutos para o nosso horário.

Parênteses: enquanto esperávamos, vimos um casal passar em direção a saída. Carregavam três enormes caixas-arquivo. Olhei pra Tatiana e franzi a testa... Toda a pinta de que vinham do mesmo lugar para onde estávamos nos encaminhando. Mas aquela papelada toda me deixou grilado. Será que não estávamos tão bem preparados assim? Pela cara deles não deu pra saber se estavam felizes ou tristes.

Lá em cima mais uma meia hora de espera em que fizemos amizade com a camareira, tiramos fotos e tudo o mais que era possível se fazer em um corredor de hotel, para não morrermos de nervosismo. Dava pra ouvir a conversa lá dentro. Eu disse que dava pra ouvir, não pra entender. Então nos restava esperar. Lá pelas tantas a porta abre e saiu um casal com uma criança, de uns 14 anos. O M. Leblanc se despediu deles e imediatamente olhou para nós, veio em nossa direção e se apresentou.

Assim começou nossa segunda grande prova nesse processo. Sim porque a primeira foi aprender o tal do francês.

O M. Leblanc é simpático e bastante tranquilo. Isso foi muito importante durante toda a entrevista, que durou menos de uma hora. Tudo como de praxe: conferência de documentos e sempre que tinha alguma dúvida, ele nos perguntava e respondíamos. Começou comigo e depois com a Tati. Como já tínhamos feito essa entrevista um milhão e oitocentas mil vezes, sabíamos exatamente onde iríamos ter que dar explicações. Como eu já comentei aqui, eu não tenho o meu diploma da Faculdade, somente o Certificado e o Histórico de notas. E é claro que tive que explicar pra ele de novo. Mas uma pergunta que ele me fez nessa etapa que eu não tinha previsto: eu tenho uma especialização em informática e o diploma em Desenho Industrial, é possível fazer essa especialização sem ser da área? Respondi que a informática não é uma profissão regulamentada, como no Canadá também não o é. Então eu posso ser de qualquer área e me especializar nisso. Falei sem medo, que eu tenho dez anos de experiência na área e isso é mais do que uma faculdade como conhecimento. Tremendo todo, mas cheio de segurança. Acho que ele gostou, porque fez um sinal positivo com a cabeça e não fez mais perguntas sobre isso.

Num determinado ponto ele virou pra mim e disse, com a certidão de casamento na mão: “Vocês se casaram em outubro do ano tal?” Eu prontamente mandei “Oui”, obviamente sem ter processado a informação. Na mesma hora Tatiana me beliscou e disse: “claro que não, casamos em setembro!” Aí ele fez uma brincadeira e passou adiante. Acho que ele usa isso para saber se você esta entendendo o francês. Passamos a prestar mais atenção nas informações que ele pedia somente para confirmar.

Na parte dos docs. da Tati ele ficou muito impressionado com o fato de ela ter 20 anos de estudo, quando o normal é ter 15, como eu (sem a especialização, que eu ainda não terminei). Dois diplomas universitários não são muito comuns na terra dele, então ele deu os parabéns a ela e comentou um pouco sobre o trabalho que ela faz com Equoterapia. Achamos que ela ia ter que explicar tudo sobre o tema, então essa era outra coisa que tínhamos trabalhado bastante. Só que não contávamos em encontrar alguém que gosta de cavalos e que sabia exatamente do que estávamos falando. Tati mostrou o livro dela, fez o comercial do assunto (primeiro livro sobre o tema escrito por uma Fonoaudióloga) e mostrou a pesquisa dos centros que existem lá. Ele ficou mesmo interessado em saber o nome da pelagem da Tieta, a égua com que ela trabalha e que está em quase todas as fotos do livro. Ficou muito mais fácil pra ela explicar o trabalho e dizer que quer fazer isso lá, o que foi muito bem recebido por ele. Nesse mundo onde só se buscam programadores e profissionais de tecnologia foi uma grata surpresa.

E assim foi. Antes que respirássemos perdêssemos o fôlego, ele estendeu a mão e disse que havíamos sido aceitos pelo Québec! O tempo passou tão rápido que não chegamos a mostrar tudo o que havíamos levado. Ele elogiou nossa preparação. Levamos uma pasta somente com os documentos exigidos e outra com as informações que pesquisamos sobre o Canadá, o Québec e o mercado de trabalho. Sem grandes volumes e sem excesso de informação, para não ficarmos perdidos na nossa própria papelada. A apresentação pessoal também conta.

Obrigado a todos que nos deram força e fizeram pensamento positivo. Foi muuuito importante.

Motivos?

A gente tenta manter o assunto dentro de um nível menos dramático e apelativo, mas isso só acontece enquanto as vítimas estão apenas nas notícias do jornal. Afora toda a especulação e estardalhaço que se faz em cima do tema, essa coisa de onda de violência é realmente de dar medo. Nós que estamos no programa de imigração do Canadá não podemos evitar a comparação. E aí chegamos a conclusão que nós estamos acostumados com esse clima de guerra civíl nos jornais e nas ruas, mas é uma posição sem o menor cabimento. Chegamos mesmo a achar que essa é a vida normal, até que acontece com a gente e o mundo vira de cabeça pra baixo.

Graças a Deus ainda estou invicto nesse quesito, e tenho esperança. Mas cada dia tem uma notícia que deixa a gente um pouco desiludido.

Hoje me coloquei no lugar desse cara. e fiquei imaginando se isso acontecesse comigo.

Disconjuro, pé de pato, mangalô tres vezes...

sexta-feira, abril 27, 2007

As ineficiëncias do mundo moderno

Bom, eu já não venho postando com a regularidade que eu queria e agora a minha empresa resolveu controlar o acesso a internet. Com a bagunça que nego lá fazia no horário de expediente, acho até que demorou muito. Tem gente que não tem mesmo noção e os usuários acabam pagando pelos vagabundos. Usuário é aquele cara que até acessa a internet para uma coisa ou outra que não tem relação com seu trabalho, mas que tem bom senso para saber o limite das coisas. Vagabundo é aquele que chega no trabalho com uma lista de episódios de LOST para fazer download e distribuir via rede interna para todos os coleguinhas que racharam a aquele gravador de DVD externo que produz mais pirataria que o Mercado Popular da Uruguaiana. Não, não é exagero. Tem muito disso por aqui. Então, se o povo não respeita, a empresa tem todo o direito de fazer esse controle, mas tem uma galera lá que tá chamando isso de censura e tal... Devem ser as viúvas do YouTube.

É o tiro que saiu pela culatra: tecnologia que gera mais ineficiëncia, quando deveria trazer produção.

Capítulo dois: Como o acesso ao blog foi cortado no trabalho, dependo somente do meu acesso em casa para atualizar esse já capenga diário de imigração e afins. Mas até isso está por um fio. Literalmente.

Desde de fevereiro que eu fico sistematicamente sem acesso a internet e sem TV a Cabo, já que os dois serviços são fornecidos pela NET, a pior empresa do mundo em atendimento ao cliente. Desde o dia 08 de fevereiro eu já abri 14 ocorrëncias na NET por falta de sinal. Nenhuma delas foi resolvida em menos de 5 ou 6 horas. Nenhuma vez me ligaram para saber se o sinal tinha sido restabelecido. Em umas 3 vezes fiquei mais de um dia sem sinal, chegando a 3 dias. E o atendimento ao cliente é digno de um post a parte. O resumo dessa via crusis é que eu acabei de cancelar o meu contrato com esses outros vagabundos e caminho para ficar realmente desconectado do mundo. Na roça onde moro, vai ser difícil achar outro acesso. Estou tentando, mas até agora, nada.

Com a proximidade da entrevista, tem um monte de coisas que eu tou pesquisando que eu queria botar no blog, mas agora vou ter que esperar. O tempo agora só dá pra juntar as informações que precisamos levar e estudar o raio do francês, que eu nem levava fé, mas não é que estou falando!

Bom, então esse post é só um desabafo e o aviso de que dias piores virão...


PS: tá achando estranho a trema no lugar do acento circunflexo? Eu tb. Pergunta pro teclado, outro incompetente...

quinta-feira, abril 12, 2007

E o tempo vai passando

Bom, eu já não venho postando com a regularidade que eu queria e agora a minha empresa resolveu controlar o acesso a internet. Com a bagunça que nego lá fazia no horário de expediente, acho até que demorou muito. Tem gente que não tem mesmo noção e os usuários acabam pagando pelos vagabundos. Usuário é aquele cara que até acessa a internet para uma coisa ou outra que não tem relação com seu trabalho, mas que tem bom senso para saber o limite das coisas. Vagabundo é aquele que chega no trabalho com uma lista de episódios de LOST para fazer download e distribuir via rede interna para todos os coleguinhas que racharam a aquele gravador de DVD externo que produz mais pirataria que o Mercado Popular da Uruguaiana. Não, não é exagero. Tem muito disso por aqui. Então, se o povo não respeita, a empresa tem todo o direito de fazer esse controle, mas uma galera lá que tá chamando isso de censura e tal... Devem ser as viúvas do YouTube.

É o tiro que saiu pela culatra: tecnologia que gera mais ineficiëncia, quando deveria trazer produção.

Mas agora eu fiquei sem acesso ao blog e não posso mais postar de lá. Somado a isso, a NET resolveu me dar um gelo e me deixou sem internet por 3 dias seguidos. Como isso tem andado muito recorrente, eu tomei uma decisão drástica: cancelei tudo. Ah, tou cansado de ser mal tratado e ter que ficar suplicando atendimento. Estou pagando e tenho mais é que ser bajulado, não bajular ninguém. Não quer o meu dinheiro, arranjo quem queira. Bom, choradeiras a parte, já estou providenciando um outro link, melhor, mais rápido, mais caro... Morar na roça tem dessas coisas. Tudo é mais difícil.

Com a proximidade da entrevista, tem um monte de coisas que eu tou pesquisando que eu queria botar no blog, mas agora vou ter que esperar. O tempo agora só dá pra juntar as informações que temos que levar e estudar o raio do francês, que eu nem levava fé, mas não é que estou falando!