Nem tão firme assim - 2

Essa semana eu estou mesmo meio mole.
Uma outra coisa que eu também vinha resistindo era assistir o filme "As Invasões Bárbaras". Esse não é um filme para se assistir agarrado a sua demanda de imigração e quem já viu sabe do que estou falando.
Por mais que a gente tenha lido um bocado de gente escrevendo que a coisa não é bem assim, que isso é coisa de filme, ficção. Tá legal. Mas ninguém disse também que isso é tudo mentira.
Só pra contextualizar as pessoas que não conhecem esse filme: ele se passa no Quebéc, onde um professor universitário que sofre com um câncer já avançado começa a fazer um balanço da vida que viveu e, com a ajuda do filho e dos velhos amigos, se prepara para o inevitável. Onde está problema? Na forma como o Sistema de Saúde Canadense é retratado.
Macas no corredor, corredores lotados de doentes e alas inteiras vazias por falta de verbas, fios caindo do teto, corrupção, corporativismo. Qualquer semelhança é mera coincidência. A diferença é que lá isso é para todo mundo, não tem plano B - entenda-se plano de saúde privado - só se vc tiver um carro de dinheiro verdinho e um visto americano.
Certa hora o personagem principal diz que foi a favor da nacionalização do sistema décadas atrás, então aceita as conseqüências. Acaba sendo ajudado pelo filho, que tem o tal carro de dinheiro e resolve todos os problemas na propina. Quem não tem para a propina, amarga no corredor.
Voltando ao início, a maioria diz que isso é um exagero, mas também não diz que é mentira. Pra garantir, eu continuo pagando meu plano por aqui...

Da forma como se vê no filme, dá medo. Mas, como disse o filósofo Capitão Nascimento: "Quem disse que a vida é fácil?