quarta-feira, maio 20, 2009

1 Ano de Canada ! Duas pessoas, duas visões..

Visão da Tatiana:

Pois é, como passa rápido. Faz um ano que chegamos aqui, mudando de mala e cuia da frente da praia para dentro do freezer! Fechamos um ciclo de nossa vida e começamos um novo, em terras desconhecidas. Muitas descobertas, muitas dúvidas, muita aprendizagem, muitas saudades.

Sinto muita falta da família, dos amigos, dos cachorros (Emanuel mais do que eu) e das coisas bem simples, como o pôr de sol e um chopinho na praia (ok, para quem me conhece, não bebo cerveja, mas o que quero dizer com isso é o momento, a fotografia, a "cena"), o requeijão, o vatapá, o churrasco brasileiro, a manicure e a depilação, entre outros. Das coisas simples sim, sinto falta, mas também posso viver muito bem sem elas. Porém, ainda não sinto falta nenhuma do resto do Brasil, da violência, das safadezas, do enorme congestionamento da Ponte Rio-Niterói, do trânsito, blá, blá, blá... Quem sabe um dia, mas por enquanto não.

Antes de imigrar líamos sempre em muitos blogs que o recém chegado sempre tem uma queda no seu padrão de vida comparado com a do Brasil. No nosso caso, graças a Deus, só posso dizer que melhorou. Conseguimos os nossos empregos num tempo razoável (tudo bem que o meu ainda não é permanente, mas eu chego lá), compramos um bocado de coisas que no Brasil a gente nem sonhava em ter, fomos a vários festivais e festividades, conhecemos cidades e restaurantes novos, recebemos visitas... tudo isso em um ano! Basta voltar e reler o blog do dia 20 de maio de 2008 até hoje.UFA! Só de ler isso tudo chega a cansar.

Num balanço geral, posso dizer que vivenciamos muitas coisas, experimentamos novos sentimentos e situações, das mais diversas possíveis e também fizemos muitos novos amigos! A comunidade brasileira aqui é grande e cresce a cada dia. Valeu pela amizade de vocês todos.

Já a língua, na minha opinião, não desenvolveu o tanto como gostaria. Isso não quer dizer que não melhorou, não. Melhorou sim, claro. Impossível não ter melhorado. Mas, aqui em Gatineau pelo fato de estarmos ao lado de Ottawa, o bilingüismo é muuuuito forte. Estamos sempre falando e escutando inglês e francês, principalmente em Gatineau. Se você começa a falar em francês e a pessoa não te entende direito ou você fala para ela repetir qualquer coisa, pronto, é o suficiente para trocar automaticamente de idioma. Com isso, acaba que você não fica estudando somente uma língua e evolui X, mas você fica estudando 2 línguas ao mesmo tempo, e a evolução é mais lenta. Por um lado isso é bom, vamos aperfeiçoando as duas línguas, mas por outro é ruim. Tudo é relativo. Depende do seu objetivo.

Novas emoções, desafios e planejamento virão. Estamos batalhando para conseguir tudo que planejamos antes de vir e se Deus quiser, com muita fé e com o nosso esforço, vamos conseguir. E que venha o segundo ano !!!

Visão do Emanuel:

A primeira coisa que me vem a cabeça é: "Como assim? Já faz um ano?"

Pois faz um ano que chegamos e acho que esse é o primeiro indicativo de que tudo, até agora, tem dado certo.

A adaptação foi relativamente fácil, mas penamos bastante nos primeiros dias com a falta de informação adequada para conseguirmos as coisas. Nesses dias pudemos comprovar o quão importante foi para nós a preparação que tivemos no Brasil, principalmente com as reuniões do grupo lá em Botafogo. Se posso dar um conselho para os que vêm é que não esperem que alguém faça o trabalho por vocês: corra atrás da informação que você precisa e não desista facilmente. Existem muitos serviços disponíveis para imigrantes aqui mas nada é de mão beijada. Não espere alguém te dizer aonde você deve ir e o que você deve fazer. Boa parte das coisas que conseguimos, mesmo no Carrefour de Imigração, foi porque chegamos lá com a informação na ponta da língua, eles não nos ofereceram nada além do básico. Mas isso não é uma crítica, pelo contrário: Lembre-se que eles estão lá para te dar apoio, não para te ensinar a viver.

De resto, a avaliação que posso fazer é mais ou menos igual a que muitos outros fazem depois de um ano:

Pros:

- Vivemos em uma cidade pequena, para padrões brasileiros. Escolhemos ter tranqüilidade para vivermos e acho que acertamos na mão. Estamos do lado da Capital Nacional, então não falta nada por aqui. Pode não haver a agitação de Montreal, mas se fosse pela muvuca, a gente tinha ficado no Rio...

- A vida é mais barata em relação ao Brasil, no fim das contas, demos um salto de qualidade que no Brasil levaria ainda alguns anos para conseguirmos.

- Conseguimos trabalho rápido e isso foi fundamental na nossa adaptação. Depois do terceiro mês aqui, o dinheiro parou de sair e começou a entrar.

- Quando alguém reclama que o transito aqui está ficando complicado, eu até concordo, mas digo que não tenho o direito de reclamar de um engarrafamento que dura cerca de meia hora. No Rio o transito daqui seria como ir pra rua durante um jogo de Copa do Mundo.

- Organização pública é uma das coisas que eu vou demorar a viver sem, se um dia voltar para o Brasil. A gente paga imposto, e paga bem pago aqui, mas você pode ver esse dinheiro voltando. Hoje eu estava voltando pra casa e passei por uma obra que está acontecendo numa das principais avenidas da cidade: estão recapeando a via faz uma semana e já estão quase na metade do caminho. A obra tem data para começar e acabar, e embora não seja perfeito, você vê a coisa acontecendo, não tem enrolação.

- Nunca fomos neuróticos com segurança - ou a falta dela - no Rio, embora isso estivesse começando a mudar. Mas aqui a gente pode andar relaxado na rua, não importa a hora ou o lugar. Tem violência? Tem. Tem assalto, furto, assassinato, como em todos os lugares do mundo. Mas aqui a gente tem polícia.

Contras:

- Saudade dos que deixamos no Brasil. A família, os amigos, meus cachorros! Já fizemos alguns amigos aqui, fora os brasileiros que conhecemos depois que chegamos. Muita gente bacana, algumas pessoas realmente fantásticas, mas tem muita gente no Brasil que a gente queria botar numa mala e trazer pra cá se pudesse.

- Embora a cidade seja pequena e o trânsito tranqüilo, eu não entendo como tem gente nervosa na rua. E como dirigem mal! Se tem dez vagas na frente de uma loja, pode ter certeza que a primeira pessoa que parar ali vai atravessar o carro no meio de duas ou mesmo três vagas, dane-se quem vier depois. Velocidade máxima aqui é somente uma sugestão, porque ninguém respeita. E olha que todo dia você pode ver polícia multando gente nas ruas.

- Ainda não tivemos nenhuma experiência concreta com o sistema de saúde, mas esse é o maior medo que temos por aqui. Vivemos na cidade com o maior tempo de espera por um atendimento de emergência em todo o Canadá. Simplesmente porque moramos na fronteira com Ontário, que paga melhor. Aqui até tem hospital, só que se você quebrar uma perna... basta dizer que a cidade tem 220.000 habitantes e dois ortopedistas. Dois.

- Corrupção não é privilégio de país em desenvolvimento. O prefeito de Ottawa está afastado, respondendo a um inquérito sobre corrupção no governo dele. O Primeiro ministro, no fim do ano passado, fechou o Parlamento para não perder a cadeira, já que queriam a cabeça dele por não estar fazendo nada de concreto para enfrentar a recessão. Ou seja, safado é o homem, não o brasileiro.

Bom, no fim das contas, aquilo que todo mundo já sabe: paraíso não existe em lugar nenhum. Mas você pode fazer do seu lugar o seu paraíso.

Um ano é pouco para dizer se o nosso paraíso está em algum lugar aqui do Canadá. Difícil dizer. Mas estamos felizes com a nossa escolha e, por enquanto, isso basta pra gente.

E você, está feliz com a vida que leva?

Beijos para todos!

sábado, maio 02, 2009

Festival de Tulipas

Todos os anos, no mês de maio, há o Festival de Tulipas em Ottawa.
No inicio da II Guerra Mundial, a Princesa Juliana (da Holanda) e sua familia se refugiaram no Canada, e depois de 5 anos, as tropas Canadenses llibertaram a Holanda do dominio Nazista. Durante a Segunda Guerra Mundial, a então Rainha da Holanda, foi obrigada a dar a luz aqui, a sua filha. Como nenhum membro da monarquia, para continuar a usufruir dos benefícios e direitos da nação, não pode nascer em outro solo senão o seu, o Primeiro Ministro do Canadá transformou uma ala do Hospital em solo holandês. Assim, a princesa pôde nascer holandesa, apesar de estar no Canadá. Em gratidao, em 1945, o povo Holandes enviou 100.000 bulbos de tulipas para o Canada e outros 20.000 foram adicionados pela família real. E para manter a amizade entre os dois paises, a Holanda continua mandando 20.000 bulbos de tulipas para o Canada (Ottawa) todos os anos, e assim foi criado o Festival.
Outra coisa interessante é que as tulipas são plantadas de verdade, o que significa, que o preparativo dessa festa inicia-se em outubro com a plantação dos bulbos… e só em Maio é que poderemos ver o resultado, pois as tulipas precisam de um tempo (o inverno) de hibernação.

Junto com as Tulipas, tem também o pavilhão internacional, onde vários países vendem comida típica do seu país. Claro que tive que experimentar algumas goluseimas.

É simplesmente maravilhoso. É um festival que tem a duração de 3 semanas, com várias programações culturais em toda parte da cidade. Imperdivel para quem está por aqui nessa época.

Mais fotos: